quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Sobre as gírias

Socializando.
Muitos professores têm comentado sobre o uso de gírias na escola. Muitas vezes os educandos conversam de uma forma que muitas vezes não conseguimos "decifrar". Cada grupo, elege um sistema de comunicação capaz de identificá-los diante de outros grupos quer seja numa festa, no shopping ou na balada. Observe qual foi o posiocionamento de Dino Preti, lingüista e profundo conhecedor da literatura brasileira e da língua portuguesa, sobre a questão das gírias numa entrevista dada a Revista Letra Magna, em 2005:
LETRA MAGNA - Sendo a gíria um fenômeno sociolingüístico polêmico, como ela tem na integração social seu papel, até que ponto ela pode ser “benéfica” ou “maléfica” para os grupos usuários?
DINO PRETI - Acho que em linguagem não há essa história de “benéfica” ou “maléfica”. Há variantes lexicais. Há variantes de maior prestígio e de menor prestígio. A gíria, de maneira geral na sociedade, é uma variante de baixo prestígio porque está ligada à linguagem dos jovens, do povo às vezes sem cultura; ou no caso da gíria de grupo, que é a mais interessante, está ligada às atividades marginais, às prisões, aos drogados, etc. Depois que a gíria sai desses âmbitos privados e se espalha, torna-se uma linguagem comum, que todo mundo usa. Existe, porém, esse estigma que se prolonga não sei por que; na verdade, a gíria em determinadas ocasiões é até a melhor linguagem. Depende do contexto e da situação. Torna-se inconveniente só quando usada indevidamente, em situações e locais onde não seja esperada e não haja expectativa para ela.
Ela é tão estigmatizada que os próprios usuários de gírias têm essa noção, assumem a idéia de que essa linguagem é proibida e só eles, presos, drogados, etc. podem fazer uso dela enquanto participantes do grupo. Minha aluna, Léa Stella, ao fazer as entrevistas na Casa de Detenção, gravou um CD com conversas onde os presos diziam que agora que estavam recuperados já não usavam mais gírias, negavam o uso das mesmas. Passaram a noção de que ao se estar recuperado o uso da linguagem culta é que seria esperado.
Essa mesma posição é vista nas escolas, com professores e livros didáticos. Dizem que não, mas todos estigmatizam a gíria dizendo que é uma linguagem baixa, de gente inculta, quando na verdade ela se espalha rapidamente e passa a ser uso comum de toda a sociedade.
As gírias usadas em situações informais, coloquiais, funcionam muito bem entre os jovens e são elementos de interação. Mesmo as pessoas mais velhas, quando querem mostrar jovialidade e simpatia, usam palavras de gírias para se aproximarem dos mais jovens. Nesse aspecto, um falso preconceito é pensar que a gíria seja “maléfica”. Acho que nenhum vocábulo, nem mesmo o palavrão é maléfico, há situações em que somente o palavrão resolve. São recursos expressivos da língua, fazem parte da linguagem afetiva. Usados devidamente são ótimos recursos.

Um comentário:

Unknown disse...

giria é uma coisa muito imlegal de se fl por que eu odeio giria eos meus pais tambem,quando os meus irmãos falam tipo isso aqui ó irado o meu pai fala olha a boca meninoooo bjs e quem fala giria ñ falem é feio bjs a todos meu msn vitoria_karolane@yahool.com bjsss ♥♥